Situações Ecológicas


O rio Demene é transhemisférico, está sujeito a dois regimes de chuvas, e drena solos muito diferentes, ao longo de sua bacia. Por isso, a diversidade de situações ecológicas aquáticas e terrestres às suas margens é muito alta. De um arquivo com mais de 2.000 fotos e imagens, foram selecionadas algumas para ilustrar esta diversidade.


Florestas de Terra Firme


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

As florestas de terra firme ocorrem em solos mais altos, não sujeitos a inundações. Por isso, são utilizadas como área de caça e, eventualmente, de retirada seletiva de madeira de lei.


Florestas de Igapó


Foto: Luiz Prado/AE

As florestas de igapó ocorrem ao longo de toda a margem do Demene e permanecem inundadas cerca de seis meses por ano. Possuem espécies vegetais resistentes à acidez e abrigam grande variedade de peixes, anfíbios e répteis.


Palmeirais


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

As áreas de solos muito encharcados costumam ter uma vegetação mais aberta, com predominância de palmeiras. Conforme a quantidade de água no solo e o tipo de solo mudam as espécies de palmeiras dominantes.


Planícies Inundáveis


Foto: Clayton F. Lino/AE

As planícies inundáveis são antigos deltas fluviais, onde ocorre uma vegetação b aixa, de moitas e ciperáceas (espécie de capim de folhas cortantes). Durante as cheias, servem de abrigo e pastagem aos peixes-boi.


Lavrados


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

Os lavrados são campos planos, de solos muito pobres, onde as árvores não têm nutrientes para crescer. Eles abrigam pouca fauna e, frequentemente, têm pequenas lagoas de água salinizada.


Lagos


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

Os lagos e lagoas têm origem diversa. Alguns são formados por antigos meandros dos rios e igarapés, abandonados após a época das cheias. Outros são depressões de terreno ou pequenas minas d'água. Em geral são habitados por peixes ornamentais e arraias fluviais.


Água Corrente


Foto: E. E. de Miranda/ECOFORÇA

A água corrente, do leito principal do Demene e seus afluentes, é negra, devido à pobreza e acidez dos solos arenosos das margens. As chuvas torrenciais "lavam" terra e levam para o rio a matéria orgânica em decomposição, o que escurece as águas. A acidez impede a proliferação de larvas e plâncton, base da cadeia alimentar. Por isso, são rios pobres em peixes.


Praias


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

Nas vazantes, os bancos de areia afloram e transformam-se em praias fluviais. Durante seis meses por ano, as praias impedem a navegação de barcos maiores, ao mesmo tempo em que servem de berço às tartarugas.


Dunas


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

A ocorrência de dunas de areia branca em terras firmes está associada à pobreza e fragilidade dos solos, incapazes de reter os nutrientes necessários à vegetação. Não é resultado do baixo índice de pluviosidade, já que, na região, chove pelo menos 2.000 mm por ano.


Rochedos


Foto: Clayton F. Lino/AE

Os rochedos de pedra nua, semelhantes ao Pão-de-Açúcar, são resquícios de relêvo antigo, moldados pela chuva e sol. Os rochedos localizados às margens do rio Cuieiras, junto à Serra do Aracá, são de um tipo de arenito, que solta placas conforme a pedra dilata e contrai com as mudanças de temperatura.


Campos de Altitude


Foto: Rodrigo L. Mesquita/AE

Sobre os morros mais altos da Serra do Aracá, o solo é plano e há abundância de nascentes. Ali cresce uma vegetação baixa, de espécies associadas à altitude. A fauna é pobre, mas com alto grau de endemismos (ocorrência de espécies que só ex istem naquela área e em nenhum outro lugar no mundo).