Zoneamento Ecológico


Em regiões pioneiras como a Amazônia, condenar uma determinada atividade econômica - a pecuária ou a mineração, por exemplo - é tão absurdo quanto defendê-la em qualquer parte. A ordenação territorial estabelece os melhores locais para cada atividade e as condições de seu exercício, sem que isso comprometa o equilíbrio ecológico regional. Por isso seu primeiro passo tem sido o zoneamento ecológico da área. Depois vêm as políticas setoriais, a regulamentação, a fiscalização e os critérios de manejo adequados a cada porção territorial.

O zoneamento é um instrumento técnico-científico para políticas de gestão territorial. No passado os zoneamentos realizados pelos pesquisadores buscavam revelar o potencial de uso e exploração de uma região. Nos anos setenta o Projeto RADAM mapeou e revelou, com base em imagens de radar, informações em grande quantidade sobre os recursos naturais da Amazônia e de outras áreas do Brasil. A partir dos anos oitenta os zoneamento ecológicos passaram a integrar de forma mais marcante preocupações preservacionistas. Se tratava não somente de revelar o potencial de uma região, mas também as restrições e limitações (fragilidades) para o uso e a exploração de seus recursos naturais. Os zoneamentos se sofisticaram, os ecólogos integraram a dinâmica do meio físico e biológico e passaram a utilizar instrumentos mais sofisticados de aquisição e integração de dados como o sensoriamento remoto e os sistemas geográficos de informação.

Com a atual dinâmica econômico-social do Brasil, as possibilidades de zoneamentos ecológicos são tantas e tão dinâmicas que um único mapa seria incapaz de responder a todos esses interrogantes em escala operacional! É nisso que reside a vantagem dos sistemas de informações geográficas e dos satélites espaciais disponíveis no Brasil e em todo o planeta. Eles podem gerar um grande número de zoneamentos, conforme a preocupação de quem planeja, as prioridades do momento ou os objetivos da ordenação territorial, e isso em várias escalas e de forma sempre atualizada. Imaginar e propor um zoneamento ecológico único e genérico para região amazônica, ou para qualquer outra região do país, é sonhar com um instrumento inócuo e inoperante.