A Presença Humana



Foto: E.E. de Miranda/ECOFORÇA

A presença humana na bacia do rio Demene restringe-se estritamente à população ribeirinha de índio e caboclo vivendo ao longo do Rio Demene.

Foram inventoriadas e estudadas 31 famílias, com um total de 181 pessoas, em 8 comunidades:

COMUNIDADES RIBEIRINHAS


Apesar das práticas agropecuárias na região do rio Demene como um todo serem semelhantes, cada uma da 8 localidades tem uma "personalidade" própria.

Pai Raimundo é uma comunidade onde 6 famílias de origem indígena convivem com 7 famílias de caboclos. Além da mandioca, nenhuma outra cultura se destaca. Uma particularidade do local, ligada à origem indígena de algumas famílias, é o artesanato - a confecção de cestos com palha "arumã".


Foto: Luiz Prado/AE

Destaca-se a criação animal. Além de galinhas, patos e suínos, é a única comunidade onde existem caprinos. A FUNAI doou 18 cabeças, mas desentendimentos dentro da própria comunidade quanto à posse e quanto à responsabilidade de criação, levou ao abandono de tais animais. Hoje algumas cabras estão doentes e o líder da comunidade exige da FUNAI um salário para cuidar delas.

Em Samaúma, a agricultura é bem mais desenvolvida e diversificada que nas outras comunidades. Cada uma das 10 famílias de caboclos cultiva pelo menos 23 diferentes espécies. A pecuária, por sua vez, é pouco expressiva. É uma comunidade formada há 10 anos, onde a maioria das famílias chegou há 5 anos, vindas do alto Rio Negro.

Em Pirico vivem 2 famílias, pai e filho, onde o principal cultivo é a mandioca.

Em Jalauaca vive apenas uma família que se dedica a uma grande diversidade de atividades - extrativismo vegetal, agricultura, pecuária, caça e pesca. São 4 pessoas de origem indígena (triboTucano), sendo que o chefe da família ajudou na elaboração das cartas da região.

Araparituba, Juiguara e Buiaçuzinho são comunidades pequenas onde uma ou duas famílias cultivam uma grande variedade de espécies, além da criação de galinhas. Com o início das chuvas, estas famílias deixam o rio e se mudam para a casa de familiares em Barcelos, onde permanecem por alguns meses. Isto porque algumas das casas estão construídas em áreas de igapó, sendo do tipo palafita, ao contrário das demais comunidades do Demene que se localizam sempre em terra firme.

Em Tabocal não há criação animal.