MODO DE VIDA



Foto: Luiz Prado/AE

A presença humana na Bacia Hidrográfica do Rio Demene é bastante discreta, mesmo para os padrões amazônicos. São apenas 31 famílias de índios e caboclos distribuídas em 8 localidades que se concentram nas proximidades da foz do rio.

Ao contrário de outras regiões amazônicas como Rondônia, Acre e Pará, alvos de um crescente fluxo migratório nas últimas décadas e onde a ocupação desordenada vem gerando sérios impactos ambientais, a região do rio Demene permanece até hoje pouco alterada.

As atividades desempenhadas pela população ribeirinha pouco afetam os sistemas ecológicos locais: artesanato e agricultura em pequena escala, sendo que a grande maioria das culturas e criações animais têm como objetivo a complementação alimentar, caça, pesca e algum extrativismo vegetal.

São agentes externos que ameaçam, ainda de forma discreta, a região do Demene. O extrativismo vegetal de produtos como palmito jauari, sorva, piaçava e madeira, além da caça e da pesca com fins comerciais são atividades geralmente desempenhadas por pessoas vindas de cidades como Barcelos, na foz do rio Demene, e não pela população ribeirinha.

Mas, a medida em que a população ribeirinha, através destes contatos, for adquirindo valores da cidade e novos padrões de consumo, tenderá a migrar para os centros urbanos maiores, pois passará a considerar insuficientes os recursos a que tem acesso na sua região insuficientes. A não ser que melhorassem as condições de vida destas pessoas, nesta região, mediante a adoção de estratégias de ação para o desenvolvimento sócio-econômico do Demene.